Appian investe R$ 350 milhões em operações de extração de grafite na Bahia e Minas Gerais

Por Conexão Mineral 05/06/2024 - 22:57 hs
Foto: Appian
Appian investe R$ 350 milhões em operações de extração de grafite na Bahia e Minas Gerais
Mina Boa Sorte pode se tornar uma das principais fornecedoras de grafite no país

A Appian Capital Brazil dá um importante passo em sua estratégia de expansão nacional com a implantação de uma operação de grafite no Brasil. Após investimento na Graphcoa, novo ativo do grupo com gama de projetos minerários de grafite no Sul da Bahia e no Norte de Minas Gerais, o fundo de investimento privado especializado em mineração deu início a construção de uma planta de demonstração para beneficiamento de grafita. Para isso, o fundo está aplicando R$ 350 milhões na mina Boa Sorte, localizada no distrito de União Baiana, município de Itagimirim (BA). Inicialmente, a unidade terá capacidade de produção de 5,5 mil toneladas por ano.

Com isso, a Graphcoa poderá se tornar um dos principais produtores de grafita no Brasil, capaz de fornecer material para a produção de ânodos de grafite, a fim de abastecer a demanda das grandes fabricantes de baterias de veículos elétricos no país e no mundo. Com esse propósito, a Appian Capital Brazil calcula a criação de cerca de 300 postos de trabalho diretos em seu pico de obra da planta de demonstração da Graphcoa. “Este é um marco significativo para o Grupo Appian. Somado aos atuais ativos de cobre e níquel sulfetado do nosso portfólio, este novo mineral crítico ampliará a atuação do Grupo no setor de metais estratégicos”, contextualiza Paulo Castellari, CEO da Appian Capital Brazil.

O investimento na Graphcoa e construção da planta para produção de concentrado de grafite também posicionam o Brasil – que possui aproximadamente 26% das reservas mundiais de grafite – como um ator cada vez mais relevante na transição energética e no desenvolvimento econômico sustentável. “O grafite esférico, produto final produzido a partir do grafite que será lavrado em nossos projetos, representa 95% dos ânodos de baterias de veículos elétricos e irá abastecer a crescente demanda global por eletrificação”, conclui. 

Aumento de produção

No primeiro trimestre de 2025, o concentrado de grafite será submetido para avaliação da qualidade por clientes estratégicos e o potencial definitivo da escala de produção da planta será identificado antes da construção do empreendimento em seu porte final. Com isso, estima-se que a Graphcoa poderá ter sua capacidade total de produção ampliada de 5,5 mil toneladas anuais para até 25,5 mil toneladas anuais de grafita, com potencial para aumentar a produção por meio de outros projetos do portfólio. Isso dependerá dos estudos de viabilidades que serão finalizados em 2025 para aprovação do investimento. Caso os estudos confirmem a viabilidade da expansão do empreendimento, os investimentos para a extração de grafita podem chegar até a R$ 1,5 bilhão. Assim, a Appian Capital Brazil, unidade de negócios da Appian Capital Advisory LLP, faz importante movimento de fomento e desenvolvimento de sua estratégia de negócios no mercado brasileiro e expande sua contribuição para a transição energética.

Joint-venture Graphcoa

Em novembro de 2022, a Appian Capital Advisory LLP consolidou uma joint-venture formando a Graphcoa, uma empresa com depósitos de grafite promissores estrategicamente localizada no Brasil. Com a parceria, que manteve o mesmo nome, o grupo fez um importante movimento em sua estratégia de negócios no mercado brasileiro, expandindo sua atuação no segmento de minerais críticos, por meio da inclusão do grafita no seu portfólio - mineral importante para o movimento mundial de transição energética.

Grafite: importante commodity para a transição energética

Com grande potencial de produção no Sul da Bahia e regiões no entorno, o grafite desempenha um importante papel na produção das baterias utilizadas nos veículos elétricos, sendo necessário em torno 68 quilos do mineral para cada bateria. As baterias de lítio-íon são o núcleo do funcionamento da frota elétrica, abastecendo-a com a energia necessária para sua locomoção, impactando positivamente seu desempenho e eficiência. Com a crescente demanda por eletrificação, estima-se um crescimento anual composto no mercado de baterias de grafite de aproximadamente 20% entre 2022 e 2035.

“Como um dos principais investidores em mineração, vemos também a excelência em ESG no centro da estratégia dos nossos negócios. Tenho convicção de que, implementando as nossas práticas de integração ao território e o nosso modelo de excelência operacional, a Graphcoa será mais um projeto de sucesso e contribuirá de maneira significativa para a consolidação do Grupo Appian no setor de metais estratégicos”, explica Castellari.